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Esse blog foi criado com intuito de aprofundar o conhecimento sobre a Arte Francesa. Os responsáveis por esse blog são os alunos do 1º ano B do Instituto Francisco de Assis, coordenados pelo professor Orley Silva.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A importância da Missão Francesa de 1816

Antes da chegada da Missão Francesa de 1816, as artes no Brasil eram desenvolvidas por escravos, mestiços, e homens humildes, que produziam em nível de artesanato mecânico ou então eram produzidos por monges e irmãos religiosos com base nos conhecimentos herdados da idade medieval, tendo como princípio o respeito a fé. Como o Brasil não mantinha ligações com outros paises da Europa, o barroco desenvolvido aqui era o mesmo usado em Portugual. Os copiadores buscavam reproduzir o que os poucos mestres existentes na colônia executavam. Gozando de certa liberdade, estes copiadores reproduziam os trabalhos da forma como eles o sentiam, o que resultou em traços de uma cultura que estava se formando, dando ao barroco brasileiro características próprias.

Por motivo da invasão dos exércitos napoleônicos a Portugual, Dom João VI parte para o Brasil juntamente com sua corte, instalando-se no Rio de Janeiro. Um mês após a sua chegada revoga a lei que impedia a instalação de indústrias no Brasil e inicia uma reestruturação urbana, reformulando a arquitetura, ruas, pontes e chafarizes. Percebendo a necessidade de dar novos impulsos práticos coordenados, que visassem o bom gosto no desenvolvimento dos artefatos, autoriza a formação de uma equipe de artistas franceses, para aqui organizarem um sistema de ensino de artes e ofícios.

As circunstâncias que deram origem a formação da Missão Francesa de1816 é um tanto obscura, mas segundo estudiosos, a iniciativa deveu-se ao Marquês de Marialva. Outros acreditam que os artistas franceses procuraram o Brasil como refúgio devido a queda de Napoleão, pois com a nova situação do país eles tiveram que deixar seus cargos e se viram em situação pouco confortável diante do novo governo.

Independente das circunstâncias de sua formação, a Missão Francesa ou Colônia Lê Breton —devido ao nome do maior organizador Joachim Lê Breton —chegou ao Brasil em 26 de março de 1816, composta de artistas e artífices. A proposta de Lê Breton era organizar um sistema de ensino das Belas-Artes e dos Ofícios, que já estava em vigor nas mais importantes cidades européias, mas ainda não havia chegado a Portugual. Em 12 de agosto de 1816, um decreto cria a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. Para desenvolver o projeto do edifício da futura Academia das Belas-Artes, foi chamado o arquiteto da Missão Grandjean Montigny, Seu projeto foi apresentado a D. João VI, que imediatamente autorizou o inicio das obras, mas estas foram paralisadas em julho de 1817, devido a morte do maior protetor da Missão, o Conde La Barca.

Desde sua chegada no Brasil, os integrantes da Missão passaram por grandes dificuldades, que se agravaram com a morte do seu líder, Joachim Lê Breton em 1819. Assume então a direção da Academia, o português Henrique José da Silva, indicado pelo Barão de São Lourenço que ocupava o cargo do Conde La Barca, este, ao contrário de seu sucessor dava preferência aos franceses. Certamente A Missão Francesa motivou reações extremas por parte dos artistas lusos brasileiros, que se viram fatalmente atingidos.

Devido a vários entraves, a academia das Belas-Artes só foi solenemente inaugurada em 5 de novembro de 1826 e em 2 de dezembro de1829 realizou-se a primeira exposição oficial das Belas-Artes.

Independente da posição crítica diante da Missão Francesa de 1816, é fato, que os artistas franceses que aqui estiveram sob a liderança de Lê Breton, deixaram seus frutos em terras brasileiras. Dentre as artes por eles ensinadas foi a arquitetura que teve maior e mais rápida aceitação, pois consolidou o neoclassicismo que chegou ao Rio de Janeiro juntamente com a corte portuguesa, composta por alguns arquitetos neoclássicos.

O artista como homem livre, tem aceitação relativamente rápida em uma classe burguesa e sua liberdade de criar passa a ser fundamental para que ele absorva algumas condições reais do século XIX.

No campo da pintura, gravura, desenho e escultura, a arte brasileira alcança apenas um nível superficial e depende de contínuos afluxos de artista estrangeiros, viajantes ou imigrantes. No final do século XIX, a arte erudita chega a alcançar um nível quantitativo bastante significante, mas sem transformações qualitativas de estrutura e essência , isso só viria a ocorrer no plano da consciência, fixado e realizado em termos estéticos no Brasil, nas décadas de 20 e 30 do século XX.

Fonte: http://www.eba.ufmg.br/alunos/kurtnavigator/arteartesanato/francesa.html


Postado por: Bruna Anselmo Barbosa

Um comentário:

  1. Historicamente, além da importância da Missão Artística Francesa como fundadora do ensino formal de artes no Brasil, pode-se dizer que durante o tempo em que esses artistas permanecem no país, dentro ou não da Academia, eles ajudam a fixar a imagem do artista como homem livre numa sociedade de cunho burguês e da arte como ação cultural leiga no lugar da figura do artista-artesão, submetido à Igreja e seus temas, posição predominante nos séculos anteriores.

    http://www.itaucultural.org.br/AplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=marcos_texto&cd_verbete=340

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